sábado, 9 de maio de 2009

"Vida longa e próspera"


Ontem, fui ao cinema assistir "Star Trek", mais um filme da franquia Jornada nas Estrelas, como ficou conhecida no Brasil, a partir seriado de TV da década de 60 e diversos outros filmes que decorreram do seriado.
Páragrafo digressivo para os "não-iniciados" (aviso: como esta blogueira, que não é uma trekker): criado por Gene Roddenberry, o universo de Star Trek desenvolve estórias sobre a humanidade num período em que as viagens espaciais são mais rápidas que a luz após uma fase pós-apocalíptica em meados do século XXI. Posteriormente, os seres humanos uniram-se a outras espécies da galáxia para formar a Federação Unida de Planetas. As histórias de Star Trek costumam descrever as aventuras de seres humanos e alienígenas que servem na Frota Estelar da Federação.
O filme dirigido por J.J. Abrams (criador e produtor dos seriados Alias e LOST, altamente recomendados por este blog, principalmente o último) possui o grande mérito de restabelecer o universo mitológico de Star Trek e resgatar a empatia do público (e, para os mais novos, iniciá-los nesta saga) em relação a seus ricos personagens: Capitão Kirk, Spock, Dr. McCoy, Sulu, Uhura, Scotty, Checov e tantos outros.
Este Star Trek destaca-se, além dos excelentes e verossímeis efeitos visuais, pelo roteiro muito bom, ritmo de narrativa dinâmico e atuações destacadas do jovem elenco que, nas palavras do crítico Pablo Villaça, mantêm o espírito original do seriado. Mesmo para aqueles e aquelas que, como eu, desconheciam o significado de klingons, Vulcan, Kobayashi Maru e Frota Estelar, o filme não se torna difícil ou enfadonho, já que o roteiro permite a compreensão da história e dos elementos essenciais a esta.
Contudo, o que mais se destaca no filme é a forma como são construídas as relações de amizade, fidelidade e senso de propósito entre a tripulação da USS Enterprise. É muito interessante ver o início tenso e conflituoso do relacionamento entre Jim Kirk e Spock e como este evolui para um respeito mútuo e, mais tarde, se transformará numa das amizades mais sólidas já construídas em uma franquia de televisão e cinema. As atuações de Chris Pine (Kirk) e Zachary Quinto (Spock) são envolventes e fiéis aos personagens originais, sem contudo constituir uma cópia dos intérpretes anteriores. Até Eric Bana (que interpreta o vilão romulano Nero) está muito bem: normalmente um ator mediano, Bana empresta a intensidade e perversidade suficientes a Nero para que o temamos, sem transformá-lo numa caricatura.
Avaliação: ****1/2

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Vocês devem estar se perguntando o porquê da imagem de Obama fazendo a famosa saudação vulcana de Spock. Primeiro, é claro, por achar interessante ver o Presidente dos Estados Unidos fazendo esta saudação (seria ele um trekker?); mas o que me fez pensar realmente nesta questão é o fato de Star Trek ter figuras de líderes tão fortes, como Capitão Kirk e Spock; figuras que se balanceiam (pesos e contrapesos, não resisti! rsrs) e que demonstram forte capacidade de liderança pelo seu comprometimento ético, com sua tripulação e com aquilo em que acreditavam e pelo que lutavam: a convivência pacífica e próspera dos diversos planetas e povos da Federação Unida de Planetas. Creio que essas sejam características fundamentais para qualquer líder, seja ele(a) líder na família, trabalho, Igreja ou Presidente de um país. Acredito, também, que muitos dos nossos atuais líderes mundiais não cultivam estas características
.
Não é preciso recorrer à ficção científica para observarmos líderes apaixonados e comprometidos: Mahatma Gandhi, Oskar Schindler, Martin Luther King e o maior de todos: Jesus Cristo. Espero que Obama, Lula, Zuma e tantos outros líderes se espelhem nestas pessoas e sejam, de certo modo, trekkers.

3 comentários:

  1. Dri, acho que esse é um dos seus melhores textos!! Muito bem escrito e você relacionou o filme com questões muito importantes de um jeito muito inteligente!!
    Beijos!!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. aeee Dri! parabéns pela sua primeira crítica postada! hahaha

    realmente tenho que concordar que a saga ganha nova vida nas mãos (extremamente talentosas, diga-se de passagem!) de J.J. Abrams.

    O filme é dinâmico e conseguiu me manter ligado em todos os momentos, mesmo não sendo um fã da série.

    O elenco foi realmente muito bem escolhido, desde as pequenas participações de Jennifer Morrison (a Cameron do House!) e Winona Ryder (fazia tempo que ela não aparecia hein?), até os personagens principais Jim Kirk e Spock (confesso que fiquei esperando Zachary Quinto dar uma de Sylar e cortar a cabeça do Kirk naquela hora da briga! hahaha), passando pela Uhura (e quem diria que uma atriz que se queimou no filme da Britney poderia ser competente? ahahaha).

    Só não concordo com seu comentário favorecendo Lost sobre Alias! não tem comparação! Alias forever! hahaha mas enfim, J.J. ABRAMS É O CARA! E que venham outros Star Treks, se forem tão bem elaborados como este!

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